
A atuação é do Núcleo Especial de Cidadania e Direitos Humanos (Necidh), que vem acompanhando as famílias desde junho deste ano. De acordo com a coordenadora do Necidh, Fernanda Peres, as seis famílias foram autuadas pela Sudema sob o argumento de que suas atividades eram potencialmente causadoras de impacto ambiental, sem a devida licença.
A consequência foi o embargo de suas atividades, comprometendo a única fonte de renda dessas famílias, que há décadas operam no local. No entanto, a DPE-PB, em parceria com o Ministério Público Federal (MPF), demonstrou que as atividades realizadas pelos ambulantes não causam impacto ambiental significativo.

“A atuação do Necidh foi pautada em princípios de justiça social e proteção ao meio ambiente, destacando a importância de uma abordagem socioambiental que equilibre a preservação ambiental com as necessidades da comunidade local”, afirmou a defensora pública Fernanda Peres.
O caso também trouxe à tona a situação de vulnerabilidade social enfrentada por essas famílias, que incluem idosos e pessoas de baixa escolaridade, para quem a atividade ambulante é a única forma de sustento. Os ambulantes, que operam no local desde a década de 90, desempenham um papel crucial na economia local, além de preservar práticas culturais tradicionais, como a pesca.
CRONOLOGIA – A atuação da Defensoria neste caso inclui visitas ao local, reuniões com representantes da Sudema e do MPF, e a apresentação de defesas administrativas que resultaram na anulação dos autos de infração e no reconhecimento de que, devido à natureza da atividade exercida, os trabalhadores são dispensados da necessidade de licença ambiental, conforme a Norma Administrativa NA-101.
No último dia 12 de agosto, a DPE-PB foi comunicada do levantamento dos embargos, permitindo que os ambulantes voltassem a trabalhar. Posteriormente, em 26 de agosto, foi confirmado que os autos de infração estavam em processo de cancelamento.
“A resolução deste caso representa um marco na proteção dos direitos dos trabalhadores e no reconhecimento da importância de sua contribuição para a comunidade local e para a preservação do meio ambiente”, concluiu Fernanda Peres.
Por Larissa Claro
 
				 
								 
								 
								 
								 
								 
								