O início da primavera de 2025 anuncia o florescer de amores, sonhos, orgulho e cores. A Defensoria Pública da Paraíba (DPE-PB) escolheu este momento para promover direitos e proporcionar a celebração de toda uma comunidade. No dia 23 de setembro acontecerá a segunda edição do Casamento Coletivo LGBTQIAPN+. A cerimônia será realizada no Teatro Pedra do Reino, localizado no Polo Turístico Cabo Branco, a partir das 18h.
A ação foi idealizada pela Coordenadoria de Defesa dos Direitos Homoafetivos, da Diversidade Sexual e do Combate da Homofobia da DPE-PB, em parceria com a Associação dos Notários e Registradores da Paraíba (Anoreg/PB) e movimentos sociais. Para além da realização de sonhos, a Defensoria garantirá a emissão gratuita de certidões de casamento e o acesso ao direito civil para mais de 30 casais LGBTQIAPN+ inscritos.
“A cada edição reafirmamos que o amor é um direito que deve ser protegido e celebrado. A Defensoria Pública está aqui para garantir que casais LGBTQIAPN+ tenham acesso à cidadania plena, sem barreiras ou discriminações. O casamento coletivo simboliza não apenas a realização de sonhos individuais, mas também a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e respeitosa com a diversidade”, destacou a defensora pública, coordenadora do Núcleo da Diversidade, Remédios Mendes.
Com a data marcada para o tão esperado sim, Helena Gomes e Valdilene Tavares encontraram na cerimônia o momento certo para oficializar a relação. Juntas desde 2020, a jornalista e a pedagoga sonhavam em se casar no quinto aniversário de relacionamento. O anúncio da Defensoria chegou como um presente para as duas.
“Ficamos noivas quando completamos três anos. A gente conversou e disse que quando fizéssemos cinco, iriamos nos casar. Eu não sonhava em casar, antes de conhecer ela. Mas depois que a gente começou a construir nossa história, surgiu minha vontade”, revelou Helena. Valdilene confessou que o desejo surgiu desde a primeira vista. “Eu sempre tive esse desejo. Quando eu a vi pela primeira vez, eu disse: ‘Olha, é essa a mulher com quem eu vou casar!’. E agora vou realizar”, celebrou.
O orgulho da história construída por Rhilbert Souza e Jefferson Carneiro também será parte da festividade. Com um relacionamento de 12 anos, os dois sempre tiveram o casamento como um horizonte. O preconceito e as condições financeiras tardaram a conclusão desse objetivo conjunto, mas a iniciativa da Defensoria mudou a realidade do casal.
“O papel da Defensoria é de extrema importância para nós. Enquanto muitas pessoas acham uma piada, um órgão, como a Defensoria, gerando e apoiando um evento como esse, mostra que não somos marginalizados e que temos os mesmos direitos da sociedade “padrão”. Participar de um casamento coletivo como esse não é apenas uma realização de um sonho, mas também um ato revolucionário. Será algo que ficará marcado tanto nas nossas vidas como na história da nossa cidade. E temos muito orgulho de fazer parte desse grande marco”, declararam.
CASAMENTO COLETIVO — A primeira edição do Casamento Coletivo LGBTQIAPN+ aconteceu em 2019, no Teatro Paulo Pontes, no Espaço Cultural José Lins do Rêgo. Naquela ocasião, 32 casais oficializaram suas uniões com o apoio da Defensoria Pública do Estado.
Texto: Luiz Filho
Fotos: Arquivo pessoal
