
O processo foi conduzido pelo defensor público Luiz Guedes, após o município entrar com uma ação de reintegração de posse para retirar a família que morava na Unidade Básica de Saúde do distrito de Dois Riachos, em Salgado de São Félix. A família formada por uma mulher grávida, o marido e um filho especial com o Transtorno do Espectro Autista (TEA), não possuía recursos e se encontrava em condições precárias.
“Essas pessoas estavam vivendo há três anos de forma preocupante, em um imóvel que não possuía funcionamento. Elas não tinham acesso à água, luz, não tinham móveis ou utensílios domésticos, e seriam despejadas do local sem ter para onde ir. Desse modo, alegamos que a família era hipossuficiente e necessitava de uma moradoria digna e de assistências sociais”, ressaltou o defensor público Luiz Guedes.
ACORDO – A partir disso, foi proposto um acordo por meio de uma audiência de conciliação e inspeção. A Defensoria Pública iniciou os diálogos com a Procuradoria do Município e realizou uma visita ao local, juntamente com a juíza Andreia Silva Matos, assistentes sociais, psicólogas, policiais militares e representantes da OAB, onde ficou constatada a situação da família.
Nos termos da conciliação, ficou acertada a transferência da família para uma residência por meio de aluguel social por três meses, pago pelo Município, com renovação de forma indeterminada, enquanto perdurar a condição de vulnerabilidade da família, além da viabilidade de inclusão em programas sociais. Já, a Unidade Básica de Saúde voltou a pertencer ao Município de Salgado de São Félix.
“As partes, após diálogo, resolveram conciliar nos termos […] Homologo por sentença, para que se produza seus jurídicos e legais efeitos, o acordo celebrado entre as partes”, determinou a magistrada Andreia Matos, da 1ª Vara Mista de Itabaiana.
DECISÃO FAVORÁVEL – De acordo com o defensor Luiz Guedes, o resultado foi favorável a todos e só reforça a atuação da Defensoria no auxílio jurídico aos menos favorecidos. “Nós negociamos e realizamos um bom acordo. Agora, essa família terá melhores condições de vida. Quem faz pelos mais vulneráveis, garante justiça e cidadania. E esse é o principal papel da Defensoria Pública”, ressaltou.
Por Daiane Lima
Foto: TJPB