
Na Capital, a sessão começou às 11h da manhã e só terminou às 19h. Um caso complexo, como é a grande maioria dos casos que chegam ao Tribunal do Júri, onde são julgados os crimes dolosos contra a vida. Entre acusação, defesa, teses, réplicas e tréplicas, magistradas, procuradores e defensores públicos ressaltaram a trajetória respeitável que o defensor Argemiro Figueiredo traçou ao longo da vida.



Contemporâneo de Argemiro, o defensor público José Celestino Tavares expressou sua felicidade em presenciar o reconhecimento de seu colega: “Argemiro é mais que um colega, é um irmão que escolhi e que também me escolheu. Durante mais de 20 anos fomos a voz de quem não tem voz e o grito dos excluídos. Hoje, é um dia extremamente importante para todos nós que trabalhamos nesta Casa de Justiça, pois podemos fazer um reconhecimento público de todo o trabalho, compromisso e responsabilidade que ele sempre desenvolveu”, disse.

RECONHECIMENTO – Após a conclusão do júri, ainda na presença do Conselho de Sentença, Argemiro passou por um breve ritual envolvendo a retirada da beca destinada aos membros que compõem a bancada de defesa das sessões de júri.

Em reconhecimento ao compromisso com o respeito e valorização da advocacia criminal, Argemiro também foi homenageado durante a sessão com o título de Membro Honorário da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim).
Emocionado, Argemiro falou sobre o sentimento de dever cumprido. Ressaltou que a Defensoria assegura que a justiça seja acessada de forma equânime, garantindo a todos, independentemente de sua condição social, um julgamento justo. “Defender aqueles que mais precisam foi mais do que um trabalho; foi uma missão que abracei com todo o meu coração”, disse, agradecendo a todos os colegas defensores, promotores, juízes, servidores e estagiários com quem teve o prazer de trabalhar.
O réu, acusado de homicídio duplamente qualificado, teve uma defesa irreparável. A Defensoria usou a figura do homicídio privilegiado e conseguiu reduzir a pena do assistido, que era réu confesso.

No dia seguinte, no Fórum de Sapé, Argemiro fez sua última atuação como defensor público no Tribunal do Júri e encerrou a carreira com chave de ouro. Com a tese de legítima defesa, ele absorveu o réu, que também contou com a defesa do defensor público Lucas Soares.
A celebração pela carreira do defensor público começou na semana anterior. No júri que fez em Alhandra, no último dia 22 de maio, a defensora Carollyne Andrade usou a rima para homenageá-lo. Confira abaixo um recorte do texto escrito pela colega:
“Para exaltar esse homem que me honra com a companhia / Tenho que falar de Defensoria
Ajudar àquele que mais precisa / É um meio de fazer justiça
A sua missão essencial / Sempre foi a de atender os vulneráveis de forma excepcional
Defendeu sem distinção / Fazendo a lei se aplicar para todo cidadão
Dona Rosa, seu Jefferson e o João / Todos representados por ele que escolheu a luta pelos menos favorecidos como sua boa ação”
A aposentadoria de Argemiro marca o encerramento de uma trajetória respeitada na instituição. Além de ter sido um exemplo à frente do Tribunal do Júri da Capital, ele também presidiu todas as eleições internas da Defensoria Pública, demonstrando o respeito e exemplo de integridade e honestidade que conquistou ao longo de sua carreira.
Por Larissa Claro























