
Diagnosticado com sequelas da poliomielite ainda na infância, Hortêncio passou por diversas cirurgias ao longo da vida em busca de qualidade de vida. No entanto, o agravamento de sua condição o afastou do basquete em cadeira de rodas, esporte que praticou por 15 anos. Sem perder a determinação, ele buscou a Defensoria Pública em 2020, após aguardar por três anos a aprovação de uma cirurgia que vinha sendo negada pela rede pública de saúde.
A intervenção da Defensoria não foi simples. Após diversas tratativas extrajudiciais, a defensora pública Fernanda Peres conta que precisou judicializar o caso. Uma liminar foi concedida pela Justiça, mas o Estado não cumpriu. Novas tratativas foram feitas, inclusive com a direção do Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, até que o procedimento de artrodese tóraco-lombo-sacra foi realizado em julho de 2021.

A operação, que durou 12 horas, foi um marco na vida do paratleta. “Foi uma emoção inexplicável, como realizar o sonho de viver novamente”, relembra Hortêncio.
Fernanda Peres ressalta que, além das dificuldades médicas e burocráticas, as pessoas com deficiência enfrentam desafios sociais profundos. “A principal barreira ainda é o preconceito. Muitas vezes, o acesso aos direitos básicos é dificultado não apenas por questões estruturais, mas pela falta de empatia e compreensão da sociedade. Histórias como a de Hortêncio mostram a importância de romper essas barreiras”, afirmou.

DESEMPENHO E FUTURO – Este ano, Hortêncio participou da Copa das Federações de Tênis em Cadeira de Rodas, disputada no Centro de Treinamento Paralímpico em São Paulo. A competição reuniu mais de 80 atletas de 17 estados. Representando a Paraíba ao lado do colega Sansão Soares de Macedo, Hortêncio contribuiu para que o estado conquistasse o 5º lugar entre dez equipes na categoria Masculino Open B.
“Ficamos felizes com o resultado. Foi uma experiência incrível, e competir novamente é a realização de um sonho”, comemora o paratleta. Quanto ao futuro, Hortêncio mantém a fé e o otimismo: “Deixo tudo nas mãos de Deus. Ele guiará minha carreira e minha vida no esporte.”
Por aqui, a Defensoria Pública da Paraíba segue promovendo justiça e transformando vidas.
Por Felipe Bezerra e Larissa Claro